domingo, 29 de março de 2015

Ilha de Moçambique

Escrevo sobre essa que se tornou patrimônio cultural da humanidade, que carece ainda de muito investimento e doses extras de cuidado, mas que mesmo assim não perde seu encanto. A Ilha de Moçambique é daqueles lugares que você se despede sem a intenção de deixar, aliás, a Ilha é  daquele lugares mágico que a gente sente que sempre conheceu. Ela tem  um "quê" da cidade de Salvador, que talvez seja a razão de grande parte dessa minha nostalgia.

Ponte para Ilha de Moçambique. Possui somente uma via, dessa forma o carro que chega antes do trecho entre acostamentos, que ocorrem alternadamente entre direita e esquerda, passa primeiro.

Museu visto ao fundo



A Ilha de Moçambique é um local pequeno, podendo ser percorrido a pé ou de bicicleta fácil e rapidamente. Está repleto de construções do século XIX, quando a ilha foi capital de Moçambique, apesar de lá existirem construções mais antigas e principalmente ruínas do tempo da colonização jesuítica. A Ilha foi o primeiro local, em que os portugueses se estabeleceram no país. Isso se deve  ao fato do lugar ser um ponto estratégico na rota para o oriente.

Mapa da Ilha de Moçambique




Dormem na ilha rastros do tempo das grandes navegações como o forte construído em 1676, o palácio dos Capitães Generais em 1610 e a capela Nossa Senhora do Baluarte em 1522.
Também é um vestígio desse tempo, o farol da ilha de Goa, batizada com o mesmo nome de uma das terras de colonização portuguesa na índia.

Fortaleza de São Sebastião  vista do mar

Fortaleza de São Sebastião vista do mar

Fortaleza de São Sebastião  vista da Ilha

Ensaio feito pelo Guilherme na Fortaleza de São Sebastião  

Ensaio feito pelo Guilherme na Fortaleza de São Sebastião

Ensaio feito pelo Guilherme na Fortaleza de São Sebastião
A viagem à ilha de Goa  a partir da Ilha de Moçambique é bastante curtinha. O farol existente nesse lugar foi construído por Vasco da Gama.

Antes do momento emocionante da viagem, entre a Ilha de Goa e Chocas Mar. A combinação barco artesanal e mar agitado não caiu muito bem 

Farol - Ilha de Goa



















O museu da Ilha de Moçambique é um antigo palacete que serviu primeiramente como escola jesuítica e logo após de a ilha se tornar a capital do país teve sua função alterada para casa do Governador. Com a mudança da capital para Lourenço Marques, hoje Maputo, tornou-se a casa do governador da província de Nampula. Ainda mais tarde,  a capital da Província se tornou a cidade de Nampula e o palacete conjugou a função de casa de visitas e museu.

Palácio dos Capitães-Generais

Palácio dos Capitães-Generais

Com o  fim dos tempos colonial, o primeiro presidente de Moçambique Samora Machel passou uma noite no local. Nesse dia uma cadeira partiu, quando um de seus funcionários tomou assento e esse fato fez com que definitivamente o palacete se tornasse um museu.


O museu está cheio de mobiliários construídos na Índia, alguns foram forjados em pau preto, uma madeira de lei extraída em Moçambique. Existe ali também uma vasta tapeçaria portuguesa e louça chinesa. No sécumo XVIII marido e esposa dormiam no mesmo quarto, mas em camas separadas. Do quarto do governador existem dois balcões para uma capela, de onde ele e sua esposa participavam da missa. O altar é de madeira, pintada em ouro. Não é possível fotografar internamente ao museu.


Pagamos uma admissão no museu de 100 meticais e isso inclui também as visitas ao museu da marinha e ao museu da arte sacra. Esses dois estão localizados lateralmente ao primeiro museu. São bem pequenos, se restringindo a três salinhas cada um.

No museu da Marinha podem ser vistos alguns objetos retirados de embarcações naufragadas devido a ataques Holandeses e Franceses, segundo explicação do guia. A primeira expedição para retirada das peças ocorreu em 2001 e ocorrem até hoje, São moedas, bússolas, louças, algmas peças em ouro e partes de navios. 

No museu da arte sacra vê-se algumas pinturas, uma antiga cadeira, usada pelo prelado, arcas em prata com pedras preciosas para colocação de ofertas.


Palácio dos Capitães-Generais
Para chegar na Ilha de Moçambique o aeroporto internacional mais próximo fica localizado na cidade de Nampula. A partir de lá pode -se tomar um taxi que custa na média 5000 Meticais (R$360,00), a ida, ou alugar um carro no aeroporto. Indico contactar  previamente a empresa de locação, Europcar, pois algumas vezes percebi seu stand vazio.  Apesar de já inaugurado, o aeroporto de Nacala Porto ainda não oferece vôos internacionais, o serviço de táxi até a ilha fica em torno de 4000 Meticais (eu indico o Mahevere, o melhor taxista de Nacala Porto, que além de super conversativo é bastante honesto, tel: +258 846933611, +258 824198316).



A Ilha tem algumas opções bem legais para hospedagens, gosto muito do Terraço das QuitandasVilla Sands, Escondidinho. Há também o hotel Ohmuhipiti, não posso dar referências, pois  nunca me hospedei lá.

Villa Sands

Villa Sands

Uma das salas deliciosas do Terraço das Quitandas

Outras duas salas do Terraço das Quitandas que tem mobiliário de Bali e da Goa (das Índias)

Banheira feita a mão do quarro que nos hospedamos no Terraço das Quitandas

Terraço das Quitandas

A gastronomia da ilha é o meu refúgio sempre que posso, há a possibilidade de comer um bom camarão ao alhinho no Escondidinho e até mesmo usar a piscina de lá; o Âncora d'Ouro tem pratos deliciosos e um ambiente envolto em fotografias, o Relíquias fica em frente ao mar e a comida também é deliciosa; comida genuína, barata e gostosa são referências da Sara; o restaurante do Villa Sands é  de culinária internacional moderna, embora seja uma opção um pouco mais cara acho que vale a pena principalmente a noite, pois o restaurante fica localizado num deck sobre a praia (indico o medalhão de carne com molho de blue cheese; para comer pastéis de natas, apreciar um cafézinho ou tomar um sorvete caseiro vá até uma pequena lojinha na praça da esquadra, agora me fugiu o nome do local.
Espetada de peixe e Camarão do Relíquias





































Camarão ao Alhinho - esse é o do Relíquias

Ambiente maravilhoso do Relíquias, ao pé da praia

Jantar no Villa Sands

Música ao Vivo no Villa Sands

As crianças da Ilha são muito divertidas, querem que os turistas tirem suas fotos o tempo inteiro. Compensa muito quando a gente mostra o display para elas, elas simplesmente entram eu êxtase ao se verem ali na tela da máquina.

Uma parte deliciosa da ilha é o píer. Gostamos muito de percorrer a ilha, tendo o píer como a parada final. É possível alugar bicileta na ilha, o preço é um pouco amargo, vale a pena chorar.

Píer, em frente ao museu

Pôr do sol da piscina do Villa Sands


Quanto ao banho de mar não me arrisco, pois as condições sanitárias na Ilha não são nada boas. Uma vez andando na areia tive uma surpresa desagradável no meu pé. A piscina externa do Villa Sands é cheia com água do mar, por cisma ou não senti meu corpo coçar quando entrei, então não faço mais. O Escondidinho possui piscina de água doce, quem não é hóspede pode usá-la, pagando uma pequena tarifa,

Miçanga, lojinha de artesanatos muito bacana. É possível comprar roupas e bijuetrias bem diferentes. Para peças em pau preto e capulana existe uma barraquinha próximo ao forte e outra em frente ao Escondidinho.
Para ver sobre Ztoziva, a feira gastronômica que ocorre na Ilha de Moçambique, clique aqui.

Um outro local que vale a pena ser visitado próximo à Ilha  é Chocas Mar que é uma pequena vila com residências de veraneio e dois lodges ( um baixo custo e outro mais luxuoso). É possível tomar barcos, partindo da lha. Vou falar de Chocas Mar em outro post.


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