domingo, 12 de janeiro de 2014

Visitando templos balineses ao redor de Ubud - Indonésia

Eu sempre cismei com Bali, a palavra em si me provocou e provoca sensações indescritíveis. Até que eu comecei a pesquisar melhor o que seria essa ilha Indonésia. Curiosamente aquele paraíso reduzido a praias do Índico foi se transmutando num enigma ainda maior. Suas crenças, seu hinduísmo diferenciado, sua arquitetura, enfim tudo que fala de sua natureza é diferente, peculiar e exótico. Decidi que não dava mais para só ficar na expectativa de pesquisar, era preciso sentir Bali.

Dividi a nossa viagem entre Ubud e Seminyac, do que me arrependo um pouco, apesar de ter colocado 4 dias em Ubud e 2 dias em Seminyak.  Ubud é de uma atmosfera tão incrível e genuinamente aquela Bali perdida num tempo mais remoto que um ou dois "bate-volta" teriam dado conta de conhecer praias e os templos mais distantes como Uluwatu e Tanah Lot.

Nesse Post escrevo como foi conhecer os posts ao redor de Ubud e num próximo post escreverei sobre a cidade de Ubud em si. Nossa viagem começou às 9h da manhã, partindo do nosso hotel em Ubud para Tegallalang, o primeiro objetivo era ver os famosos campos de arroz balineses.



Já no caminho vimos muitas mulheres nas ruas fazendo oferendas. Nosso motorista contou que os hinduístas fazem oferendas todas as manhãs, esta informação divergiu do que me contou a massagista, pois a mesma disse que não existe um horário definido, contanto que a oferenda seja feita diariamente no intuito do agradecimento à vida.

As oferendas são flores, moedas e incenso colocados numa cestinha feita da folha de palmeira. Elas são chamadas Canang Saris. Muita das vezes são postas no chão, assim você vai caminhando pelas ruas de Bali ou até mesmo dentro das lojas, fazendo contorcionismo para não pisar nas Canang Saris. Esse excesso de cores e flores deixa Bali com um clima Zen de muita paz e amor!



As vilas no interior de Ubud são super charmosas, não são muitas casas que fogem à arquitetura balinesa com tijolos, em sua grande maioria vermelhos, formando várias camadas nos muros e com ornamentos típicos nas quinas superiores dos portais, telhados e paredes. As estátuas das divindades hinduístas são colocadas em fartura nos quintais e entradas. Cada casa possui três templos em homenagem aos três deuses Brahma (deus da criação), Vishna (deus da manutenção do universo) e Shiva (deus da destruição e da transformação).Tudo é muito verde e florido.



Os cachorros ficam frequentemente parados ou deitados no meio das ruas, eles são os verdadeiros donos delas.


Agul, nosso motorista, disse que cada comunidade possui três templos também. Vimos  uma grande reunião de pessoas para erguer um templo. Lembrei da famosa reunião para "bater lage" que os brasileiros costumam fazer.

Ao caminho do templo (pura em balinês) Gunung Kawi, passamos por um templo menor, porém lindo, cujo nome não consegui memorizar. O Agul parou para que tirassemos foto. Fiquei constrangida, pois havia mulheres de calcinha e homens totalmente nus se banhando. Eram alas separadas, mas era possível que sob alguns ângulos ambos se enxergassem, além disso as  pessoas que transitavam na rua, o templo ficava abaixo do nível dela, tinham total visão sobre a cena. 


O Agul explicou que alguns templos possuem fontes sagradas, que são na prática nascentes de rio.  Para os balineses, quando a água quando brota da terra tem o poder da purificação.

O Pura Gunung Kawi foi o templo que achei mais bonito. O conjunto natureza e arquitetura são impecáveis. Como tudo tem um preço nesta vida, para chegar e sair  do Gunung Kawi é necessário percorrer uma grande escadaria. Esses degraus são ofuscados na ida devido as paisagens que nos fazem parar inúmeras vezes para serem contempladas.



O Gunung Kawi fica em Tampaksiring. O templo construído no século XI foi todo esculpido em rocha.




Depois fomos ao templo Tirta Empul que é conhecido como o templo das águas sagradas "holly spring". Este templo é muito antigo, tendo sido construído em 962 dc. Pela quantidade de pessoas rezando dá para perceber a relevância que o templo tem em toda a Bali.



Águas sagradas
A jusante das águas sagradas fica uma fonte, para que as pessoas possam se banhar..



A suástica hinduísta - um símbolo forte e milenar utilizado por diversas culturas dos celtas aos budistas.



Depois disso seguimos por uma serra linda rumo ao vulcão Batur, o de maior atividade vulcânica de toda a Indonésia. Lá em cima o clima estava completamente diferente, muitas nuvens e névoa, um presságio de chuva. Antes que a neblina cobrisse tudo, consegui algumas fotografias do vulcão e do lago que fica abaixo dele. Paisagem lindíssima.



A última erupção deste vulcão ocorreu em 1994, é perceptível a área afetada simplesmente pela cor negra do solo, apesar da vegetação já ter coberto maior parte dela. A rocha da lava vulcânica é amplamente extraída para o esculpimento de estátuas, colunas e afins.



Almoçamos num restaurante no penhasco em frente ao vulcão. Existem alguns restaurantes todos de vidro e outros que parecem uma grande janela aberta, preferimos esse último tipo, nunca me senti tão perto da vida e da morte, não pela atividade vulcânica, mas sim pela impotência do ser humano perante a natureza por mais que a engenheiria insista em dizer que não. Uma energia diferente de tudo que senti até hoje.


O templo Ulun Danu Batur foi a nossa próxima parada. Ele foi esculpido em rocha vulcânica, sendo assim todo negro. É um templo bem diferente dos outros, talvez sua magia esteja guardada nessa sua natureza do centro da terra.





Achei um abusrdo o preço de 35 000 Rupias que cobraram para que entrássemos no templo. O Tirta e o Gunung Kawi cobraram cerca de 15 000 e 20 000 pp. Não havia no balcão de vendas nenhum tipo de informação do preço, logo percebi que o cara cobrava o que queria e de quem bem entendesse. Dei meia volta e tirei fotos externas do templo. Havia muitas crianças vendendo pulserinhas e postais, preferi gastar o dinheiro de minha entrada no templo com elas.



As pessoas nesse distrito são mais agressivas em suas abordagens de venda. Cobram preços altos e não são simpáticas como as de Ubud e Tampaksiring. 

Pouco minutos antes de ligarmos o carro fomos surpreendidos por um cortejo fúnebre. Agul nos contou que os corpos das pessoas, que não possuem grana para fazerem cremação, são enterrados até que ocorra uma cremação pública.


Infelizmente não consegui ver uma cerimônia de cremação na minha estadia em Bali. Entre as diversas cerimônias feitas pelos balineses ao longo do ano, a cerimônia de cremação é a mais importante, devido ao fato deles acreditarem que após a cremagem do corpo a alma é liberada para uma longa vida.

Outra cerimônia bem diferente é a da completação de um pouco mais de 6 meses do bebê. A partir deste dia é permitido que o bebê coloque seus pezinhos no chão. Antes disso não é permitido sequer o toque do bebê ao chão, pois ele é tido como um anjinho, a reencarnação de algum ancestral. Depois dessa cerimônia o bebê se torna humano.

Última parada Pura Besakih, o maior templo de Bali. Para entrar no templo de Besakih enfrentamos mais gente inconveniente tentando arrancar nosso dinheiro. O Agul havia nos avisado que iriam nos solicitar doações e nos empurrar o serviço de guia. 

Os caras ficaram atrás de nós, dizendo que não poderíamos entrar se não estivessemos acompanhados de um guia. Contornamos o templo pela escada lateral, pois a escada do meio dava acesso direto a parte que é destinada aos que estão rezando. 




A medida que se sobe, formos percebendo que havia mais e mais escadas, o templo é realmente gigantesco. Nessas escadas encontramos uma espécie de "procissão".


Por esse dia de viagem pagamos pelo conjunto motorista-carro 90 USD. O preço para o "day tour" é na base de 70 USD , mas como incluímos o Besakih, que estava fora do roteiro e da estrada do percurso original ficou mais caro.

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