domingo, 22 de dezembro de 2013

Explorando Kuala Lumpur

A melhor forma de conhecer uma cidade é caminhando. Quer conhecer os hábitos alimentares da cidade? Entre num restaurante popular, vá a um mercadinho. Quer saber como vivem as pessoas de um país?  Fuja das áreas turísticas por algum tempo, hospede-se nas ruas mais interiores. O que mais fizemos em KL foi caminhar, nossa viagem para Malásia foi bem "budget", econômica, o que facilitou esse reconhecimento de terreno, devido a grande busca pelo genuíno e principalmente pelo barato. Hospedamo- nos numa ruazinha do Bukit Bitang num hotel chamado Al Jaffs.



 A nossa vizinhança era composta por prédios antigos,  talvez dos anos 70, quando o país teve o seu boom econômico. Atualmente esses prédios estão bem deteriorados, mal conservados, o que me transmite uma certa saudade do que não vi ou vivi. Havia um restaurante bem em frente a nossa janela, ele funcionava 24h e estava sempre com clientes. Fiquei impressionada que domingo às 2h da madrugada havia muita gente na rua transitando e jantando no restaurante. Apesar da rua do Al Jaffs ser residencial com predios majoritariamente de porte baixo. Tínhamos a visão do quarteirão a frente que estava abarrotado de edíticios altos e mais modernos, além disso tinhamos uma vista privilegiada, a parte superior da Menara Tower. Essa grande heterogeneidade de Kuala Lumpur que vai além de estilos arquitetônicos conquistou o meu coração. 

Vizinhança do Hotel

A convivência entre o moderno e o antigo




Diversas etnias e religiões parecem conviver harmoniosamente nesta cidade asiática.



Kuala Lumpur pode facilmente ser visitado por pessoas que não apreciem comida oriental. Redes como KFC, Starbucks, McDonald's, Nando's e Outback marcam presença na capital Malaia.  Pena que tenhamos caído na asneira de pedir o famoso barbecue de costela lá, já que o país é predominantemente muçulmano e fomos surpreendidos com costelas de boi, em vez da suína. Perdeu a graça do prato!

Só nessa pequena rua encontrei restaurante japonês, mexicano, italiano, outback e comida tradicional Malaia


Produtos de beleza podem ser facilmente encontrados em mercados da cidade. O Inglês é bem falado desde o atendimento por ambulantes às estações de metrô. Nessas horas que sinto um pesar grande como cidadã de um país subdesenvolvido. A língua inglesa é um dos principais elementos na educação, quando se pretende que uma nação seja de fato desenvolvida. Antes que eu me empolgue e comece a dar "n" razoēs pelas quais penso dessa foma, sintetizarei na maior vantagem de dominar esse idioma: a comunicação é tudo num mundo globalizado, a boa comunicação possibilita que atinjamos objetivos e defendamos nossos interesses. Os Malaios, pelo jeito, estão defendendo muito bem os interesses deles.

Quando a palavra é comércio, a Malásia faz sua lição de casa sem deixar a desejar. Desisti de contar os inúmeros shoppings pelos quais passei em Kuala Lumpur; desde o antigo molde de galeria aos mais modernos em mais de 6 andares. Sem contar as grandes lojas de beira de rua como a H&M e a Zara. Para o azar dos meus bolsos e para sorte do Guilherme não localizei a Primark e nem a Mango (desta vez nem procurei se havia filiais das mesmas rsrs)




Pudemos tirar uma casquinha da decoração de natal, afinal quem vive na África precisa de uns mimos modernos vez ou outra!!





Chega de blabla e vamos às nossas aventuras em Kuala Lumpur...

Aventura 1 - Localizar o Pudu Plaza e preparar uma sopa chinesa

A primeira grande aventura que vivemos foi achar o Pudu Plaza, um shooping reconhecido pela venda de eletrônicos baratos, mas o motivo principal que nos levou até o Pudu foi a YL câmeras, a melhor loja de material para fotografos em Kuala Lumpur. Saimos de lá atendidos em tudo o que procuravamos, pagando um preço muito afável por isso.



Os vendedores da YL são muito prestativos e simpáticos. O Guilherme enviou um e-mail, dizendo o que precisavamos, ao chegar na loja a encomenda estava lá prontinha para ser levada pra casa.



Comprei um Galaxy pra minha mãe por um precinho ótimo no Pudu, mas é preciso ter cuidado, pois existem produtos originais e também genéricos muito bem fantasiados. Comprei com dois vendedores super simpáticos que me mostraram o preço do genérico e do verdadeiro, simultaneamente demonstrando o produto, mas nem todos lá fazem isso. A dica é chegar perguntando pelo genérico, pelo mais barato e depois pedir para ver junto o produto original.

O chá de flores muito apreciado pelos orientais estava presente numa loja bem delicada no Pudu.




No caminho de volta ao Bukit Bitang, paramos para degustar comida chinesa. O pedido foi sopa de noodle com camarão, pedaços de ostra e meatball de peixe. Para não correr o risco de ficarmos com fome pedimos uma friturazinha básica, felizmente não precisamos dela, a sopa estava ótima. 



Difícil mesmo é pedir a sopa, pois as vasilhinhas dispostas no balcão servem a diferentes preparos de comida. O gerente do restaurante me deu uma mãozinha separando os ingredientes que eu havia escolhido, dando o devido destino a eles. Resultado: três sopas (eramos duas pessoas) e uma tinjela com mais fritura do que poderíamos precisar. Valeu a pena? Se valeu! Provamos um pouquinho de tudo e aprovamos com louvor.



Não podia deixar de fora desse post esse antigo edíficio encontrado no caminho do Pude que conquistou o meu coração e lentes 

Aventura 2 - Cortar e Pintar o cabelo

Visitamos o shopping sungeiwang que oferece opções de lojas menores e locais, além de serem mais baratas. Havia uma grande opção de salões de unha, cabelo e sobrancelha. Como uma boa expatriada em Moçambique não pude me negar ter o cabelo feito na Malásia. Em Moçambique é muito difícil encontrar bons profissionais e principalmente produtos. Uma amiga expatriada há mais anos contou-me que um simples aparar de pontas pode terminar numa peruca para o comércio local de Nacala (rs).

  Meu cabelo e principalmente o do Guilherme urgiam por mimos extras. Cortei, colori(clareei) e hidratei. O corte "malasian style" do Gui foi super mais do que aprovado por mim. Comecei a escrever esse texto no salão enquanto meu cabelo hidratava, estava super curiosa para ver o resultado.  Após  ter meu cabelo totalmente partido pela profissional de minha confiança há 3 meses atrás, eu estava muito abalada com qualquer tipo de tratamento que eu pudesse ter, independente se ele viria das mãos de um brasileiro ou de um estrangeiro.
 Conclusão: 1- gostei da cor, embora esteja ainda me acostumando com a mesma. 2- O corte ficou ótimo tecnicamente falando, embora ache que não combinou comigo, mas a culpa é toda minha. Já passei por essa depressão pós corte tantas vezes e mesmo assim sempre me arrisco, afinal cabelo cresce. 3- Serviço altamente aprovado

 Aventura 3 - Fotografar as Petronas Tower na chuva

As torres gêmeas foram durante seis anos a estrutura mais alta do mundo (1998 a 2004). Já foi cenário de filme e também símbolo do poder petrolífico da Malásia. Não poderíamos ter passado por Kuala Lumpur sem conhecê-las.

A dificuldade de se fotografar dois edifícios de 452 metros foi exponencialmente aumentada devido a chuva, que apesar de não estar forte impediu que retirássemos as câmeras do pequeno raio do guarda-chuva.



Há um parque em frente as torres que segundo muitos blogs de viagem é o melhor lugar para se tomar fotos das Petronas. Foi para lá que partimos a pé de Bukit Bitang.

 


A chuva nos favoreceu no seguinte sentido: pouquíssimos turistas disputavam os melhores ângulos do parque.





Quando a chuva apertou nos abrigamos num restaurante Italiano no shopping Suria, logo em frente ao parque. Há uma bela vista a partir dos restaurantes, que fazem varanda para o parque, uma ótima pedida para um fim de tarde.


Aventura 4 - Batu Cave

A Batu Cave sem dúvida foi o que mais me chamou atenção, quando pesquisei lugares para visitar em Kuala Lumpur. Logo quando pesquisamos por esse nome no Google vem a foto de uma grande escadaria dirigida a uma caverna no alto de um morro, tendo a seu lado uma gigantesca estátua dourada.


O templo de Batu Cave foi construído em 1891 em lime stone para a prática do hinduísmo. Fiquei mais impressionada pela beleza natural da caverna do que pelo templo em si. Não achei as esculturas requintadas como as do hinduismo balinês. Infelizmente há um cheiro muito forte de cocô de galinha nas cavernas, já que há uma criação de algumas delas no local.

 Primeiro templo hindu antes de alcançar as escadas







Os macacos ficam passando de um lado pro outro na escadaria, mas não fazem o tipo de macacos ladrões. É lógico que uma dose de cuidado extra não faz mal a ninguem.



Há uma outra longa caverna "Dark cave" para uma visita guiada. Somente parte dela pode ser visitada, já que se trata de uma área de preservação. Um tipo raro de aranha pode ser encontrado nela, além de cobras e morcegos. Havia um vidrinho com essas espécies de morcego e cobra empalhadas logo na entrada da caverna. Apesar de não fazer o tour, consegui ver viva essa mesma espécie de cobra. Ao ficar admirando os macacos nas árvores, localizei bem pertinho de mim a cobra, também na árvore.




Aventura 5 - Thean Hou Temple e a correria para não perder o vôo

Já com o horário muito apertadinho para o nosso vôo para Bali, decidimos visitar o Thean Hou Temple. Mais uma vez fomos pegos pelas fotografias da internet e cismamos que não poderíamos sair de KL sem vermos esse templo, só que não contavamos com o caminho para chegar nele...

Peguei as direções para alcançar o Thean Hou num site, vimos que tinhamos que soltar na estação x e andarmos cerca de 30 minutos. Só que para quem precisa fazer o trajeto de ida e volta mais a visita em 1h15min,  30 minutos se tornam uma eternidade, principalmente quando esses 30 minutos são numa ladeira íngreme e sem movimento de um taxi sequer para dar uma agilizada. Nós contavamos muito com taxi na saída do KTM monorail, mas infelizmente isso não rolou.

KTM monorail uma mão na roda para circular em KL

Passamos por uma escola secundária e vimos muito adolescentes sendo buscados pelos pais de carro na porta da escola. Eu morreria se isso acontecesse comigo nos meus 15 anos. Só não rolou uma fotinha disso, porque nem preciso dizer que a pressa não permitiu.

O sol estava a pino, a água estava acabando e nenhum sinal do bendito templo na longa ladeira. Até que eu falei para o Guilherme que se na próxima curva o tal templo não surgisse iríamos descer para não corrermos o risco de perdermos o nosso vôo. Há horas quando demoro muito para achar um lugar que acredito que eles são imaginação de alguem (rsrsr). A curva acabou e nada do templo, já íamos dar meia volta, quando um taxi passou por nós com passageiros. Eu corri como uma desvairada na minha última tentativa de ver o templo na próxima curva. Felizmente vi o estacionamento dele, valeu a pena não ter dado a meia volta aos 45 do segundo tempo.

O templo budista é lindo, logo na entrada vemos umas grandes estátuas do horoscopo chinês.


O pátio interno é um lugar repleto de incenso, paz e muita oração. Apesar de eu não saber como, chegava toda hora pessoas para acender o incenso, colocar numa espécie de incensário gigante através de uma referência. 


Apesar dessa suntuosa arquitetura o templo é mais novo do que eu, tendo sido inaugurado em 1989. O Thean Hou Temple pertence a comunidade Hainesa (China) que vive em KL e lá também ocorrem casamentos.


Na saída pegamos um taxi que deixou alguns turistas muçulmanos por lá. Eu fico muito feliz, quando vejo pessoas amplas, as quais visitam culturas tão distintas da sua com um olhar de quem quer aprender o que lhe é diferente.

Jardim do Templo

Apesar da correria, chegamos no hotel a tempo de tomarmos o transporte para o aeroporto. Chegando no aeroporto foi outro desespero descobrir que tínhamos que ir a um terminal que ficava a 30 minutos do terminal principal, nossa sorte é que a abertura de portões da Air Asia é bem agarrada com o horário de partida. Rsr 
Nos próximos posts irei falar como foi a nossa passagem por Bali, Hong Kong, Macau e o safari no Kruger. Aguardem!






Um comentário:

  1. Muito bom, mas a Karen conseguiram passar pela Sky Bridge? A ponte que separa as duas torres, pois a visão da cidade é magnífica. Parabéns pelo blog!

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